quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estar Sozinho - Tati Bernardi.


"Estar sozinho é engraçado, louco, angustiante, libertário e triste, tal qual estar com alguém. No entanto, estar sozinho é absolutamente o oposto de estar com alguém. Estar sozinho é fechar as mãos no nada quando se atravessa a rua correndo e não se tem uma mão para segurar. É acordar sem saber o que será do dia porque planejar sozinho dá preguiça. É falar a coisa mais engraçada do mundo para alguém que não vai rir, porque ninguém te entende tão bem. É ficar louca sem cúmplice. Não tem graça ser fora da lei sozinho. É querer contar tanta coisa para alguém, mas para quem? A vida simplesmente acontece para quem está sozinho, às vezes sem que a gente perceba, pois é mais fácil ter noção de si mesmo através de outra pessoa. Estar sozinho é fazer dengo sozinho na cama, sem ninguém para apenas encaminhar o ombro um pouco mais perto. É comer doce demais porque sua boca precisa de um incentivo para continuar salivando vida. É comer doce demais porque estar sozinho dá uma tremedeira estúpida de hipoglicemia. É o doce que substitui mal e amargamente o sexo. Estar sozinho é dormir até tarde no domingo. Não para congelar o tempo na alegria, mas para fazer de conta que o tempo não existe. É conviver com a ansiedade de que você pode encontrar alguém especial a cada esquina, então você tenta ficar bonita. Mas seus olhos não mentem o cansaço da espera e a tristeza de estar solta, e você fica feia. É ter a sensação de que ninguém te olha, pelo menos não como você gostaria de ser olhada. Estar sozinha é estar solta e, no entanto, é estar amarrada ao chão porque nada te faz flutuar, sonhar, divagar. Estar sozinho, ou estar sozinha, pode acontecer com qualquer um. E você torce para que aconteça com a sua melhor amiga, ou com aquele homem que você gostaria de experimentar como uma pílula para a sua solidão. Estar sozinha é não suportar ouvir a palavra solidão porque ela faz sentido. E o sentido dela dói demais. Estar sozinho é ter uma risada nervosa, de quem segura um grito e um choro enquanto ri. Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinho sem ficar deprimido. Estar sozinho é usar roupas provocantes sem se sentir sexy com elas. É conferir a caixa de e-mails com uma frequência que beira a compulsão. É chorar do nada. É acordar do nada. É morrer de medo do nada que fica no estômago. Estar sozinho é uma coisa física, ou melhor, é a falta dela. Você se sente oco por dentro, por isso aquele respiro profundo de lamentação. É cogitar enlouquecer. O ombro pesa porque é tenso ficar sozinho. E porque não tem ninguém pra te fazer massagem também. Quando chove, venta, escurece, e você está sozinho, você lembra de Deus e do quanto é pequeno. Estar sozinho é se aproximar de Deus por piedade própria e não por agradecimento, que é o que nos faz aproximar Dele quando estamos amando. Estar sozinho é detestar ficar em casa. Ficar em casa sozinho, quando se está sozinho, é muita solidão. Então você sai, só para não ficar em casa sozinho. E descobre o quanto você é sozinho. E volta pra casa sozinho, e chora vendo fotos. Estar sozinho é implorar paixão e loucura com um olhar para o carro ao lado, segundos antes de você ver que ele não está sozinho. É trabalhar para passar o tempo e só conseguir escrever títulos, roteiros, spots e textos chatos, sem inspiração. É procurar um olhar pela rua e andar por aí com cara de louco. É estar pronta para algo novo e não aguentar mais dias iguais. É ocupar a vida de açúcar, intrigas, fofocas, encrencas. Aventuras tortas. É ocupar a vida dos outros com reclamações, lamentações, dúvidas e carências. Resumindo: estar sozinho é triste, enche o saco dos outros e deve fazer mal para a saúde."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Lembranças

Hoje comecei a lembrar de muitas coisas que passei num passado bem antigo, ou nem tão antigo assim. Lembro-me de como fiz minha primeira amizade, de como chorei horrores no primeiro dia de aula, de como a amizade naquela época era conquistada com simplicidade. Não existia um interesse ruim em nada que fazíamos, as brincadeiras eram saudáveis e quando machucava os joelhos, todos da sala corriam para acalmar as lágrimas que teimavam cair. Tudo era menos complexo. E fui passando por cada época maluca da minha vida. Quando perdi alguns amigos, quando me afastei de outros e quando decidi radicalizar tudo. Cada momento ficando um pouco mais obscuro e perigoso, cada passo revelando caminhos e sub-caminhos que me mergulhavam na duvida do nunca mais me encontrar. Conheci pessoas que já se foram, mas que levaram consigo uma bela parte de mim e me deixaram de igual, memórias que me fazem sorrir. Pessoas que estão comigo até hoje e fazem da minha existência a melhor que poderia ser. Gente que apareceu como um furação, prometendo me dar o mundo em troca de um sorriso, mas que só conseguiu arrancar as lágrimas quando se foi, feito ventania em véspera de uma enorme tempestade. Gente que levou de mim, a melhor parte que poderia ter, me deixando a sua pior parte, a sua pior violência e seu pior silêncio. Tudo me faz lembrar algo do passado. Uma criança que amava brincar, sem medo de se machucar. Uma mulher com lados obscuros, buscando um ponto de paz.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Maturidade

Sempre ouvir dizer, o quanto que crescer doí, o quanto que se tornar uma pessoa madura, é barra. Mas barra, não é qualquer um que segura, certo? E eu sempre achei que estava crescendo ao sofrer pelo fulaninho que não me queria, por coisas materiais que não tinha. Até que a vida me mostrou o que realmente é crescer, o que realmente é ter maturidade. Quando a vida te põe na frente de uma realidade, tal qual você não pode fazer absolutamente nada para muda-lá, tal qual você não sabe o que fazer, como fazer, e se de fato, há o que se fazer, você por fim entende, o verdadeiro e real sentindo da palavra maturidade! Nunca suportei ver as pessoas que eu amo tristes, e sempre lutei por cada sorriso que essas pessoas expuseram ao mundo. Mas, no momento em que eu mais precisei essas mesmas pessoas, não moveram um passo para que o meu sorriso voltasse a ser o que era. Dor, é a palavra exata pra definir os meus últimos 4 meses. E tentar, tentar, tentar e tentar colocar tudo isso no papel e não conseguir, doí ainda mais. Perdas nunca serão aceitáveis. Nunca serão fácies de ser compreendidas, de serem entendidas. E agora que tudo ficou fora de lugar, que tudo virou do avesso, eu descobrir que o avesso sempre foi o meu lado certo. Que onde eu estou hoje, é o lugar que eu deveria está a muito tempo. Que todos os meus textos aqui publicados, se tornaram um das coisas mais banais do mundo, do meu mundo. E eu, eu chorei como nunca antes, como o dia em que vim ao mundo, como quando criança que ao tentar dá os primeiros passos caí na frente de todos.. e sente-se a pessoa mais pequenina e frágil do mundo, até que alguém a segura no colo e ousa dizer: "levanta pra cair de novo". E você entende que essa é a vida, que é preciso cair pra que se possa levantar. Que é preciso sofrer, para que por fim, possa descobrir o significado do sentimento chamado felicidade. E está tudo confuso o suficiente para as palavras não fazerem sentido algum. E ainda, está tudo doendo o suficiente para que eu não volte a achar que aquela garotinha que vivia falando em decepções amorosas, não vai voltar, nunca mais, ou nem tão cedo. E nesse momento gratidão e ingratidão, caminhando lado a lado. Sou grata pelo que tenho hoje,  pelo que deixei de ser, pelo que me tornei. E sou ingrata com o que já tive, com os que me abandonaram, com os que não quiseram me levantar. Entendi de uma vez por todas que amor é mais, é muito mais do que qualquer adolescente apaixonada achar que é, muito mais do que qualquer poeta desse mundo já tenha conseguido por em palavras. Aprendi que amor não sobrevive a teorias, a ditos bonitos, amor é fazer, amor é agir, amor é cuidar, amor é demostrar. E peço apenas para que, se esse meu momento, seja apenas uma fase, que dure por muito tempo.. muuuuuuito tempo!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

escrever {..}

Cansei dessa coisa de tentar encontrar inspiração pra tudo. Quer saber uma verdade? Eu nunca consigo escrever tudo que estou sentindo. Eu só escrevo o que convêm, o que me agrada, o que parece ser aceitável. Essa coisa esquisita aí dentro de mim sabe? Continua. Sem ser escrita, até porque, eu tento por tudo no papel, tento esforçar nas palavras, e no fim, não sai nem metade dos meus sentimentos. Eu procuro as melhores palavras, nos melhores dicionários, mas meus textos continuam do mesmo jeito: inconclusivos, incertos, desfeitos, confusos, inconcretos. E cá entre nós, esses sentimentos são um tanto quanto complicados, não é? Como diz aquele velho trocadilho clichê “só sabe a dor quem a sente.” E pode apostar, é verdade. Isso de tentar por tudo pra fora é um saco! E pior, dói mais que o suportável, me sufoca, me mantém presa nas entrelinhas. É medíocre, e chega a ser estúpido, tentar juntar tudo, todos os pedacinhos estilhaçados dentro de mim, e por no papel. Eu simplesmente cair na real, eu não consigo. Pois bem, se só eu entendo, então, porque insistir nisso? Parei de acreditar um pouco menos nas escritas alheias, e resolvi acreditar um pouco mais nos meus sentimentos, porque eles sim, valem a pena. Digo pra mim mesma: desiste. Desiste de tentar tirar esse peso de ti, escrevendo o que parece te fazer bem, o que na verdade não muda nada. E quer saber? Quer saber mesmo? É melhor assim. Ninguém precisa saber o que passa dentro de mim.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Zaluzejos.

Estou farta de acordar com preguiça, de olhar sem interesse, de silenciar sem que haja uma mão para afagar meu rosto. Quero uma rosa bem vermelha e um xarope para aliviar o pulmão dolorido. Em dias como esse, quando o sol não passa do morno, lembro que existiu um tempo bom. Você esteve aqui e me fez acreditar na alegria que hoje me foge. Você fazia da minha dor, escudo. Da minha solidão, abrigo. Dos meus lábios, céu. Eu fiz questão de esquecer que todo beijo precisa de uma respiração. Amores também acabam. O claro anoitece, o sábio esquece, o poeta falece, e aqui já é o resto da minha vida. Aquilo que se perdeu em nossas esquinas fez valer o preço caro de sobreviver. Eu me sustento na sua tradução, porque eu sei que um dia você se entregou com toda a força. Você pisou em minhas terras e embriagou-se do meu cheiro, sem pensar que mais tarde poderia beber das minhas lágrimas. Mas não tenha medo. Uma dor não vale uma vida. Um amor, ainda que longe, ‘inda que cego, ‘inda que cruel, vale.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

lapidação.

Diamante pra ser perfeito precisa ser lapidado, e uma lapidação ás vezes custa muito caro, custa dor, custa sofrimento, custa perdas.. e é preciso saber administrar tudo isso da melhor forma, para que ao fim da lapidação, o diamante seja o melhor e mais lindo, uma lapidação tem que durar o tempo certo para que o diamante se torne perfeito, se passar tempo demais, talvez o diamante nunca mais volte a ser o mesmo. Perder o valor? Não, bom ou não um diamante sempre vai ser um diamante, mais quando se passa do ponto certo de lapidação, ele só serve pra ficar guardado como uma lembrança muito boa, e com o mesmo valor que antes, mais por não ter atingindo a perfeição, ele fica guardado, apenas guardado. Então, que fique bem claro: sabe aquela amizade que mudou? ou aquele namoro que só vivi em pé de guerra? ou até mesmo aquele casamento que crise é um apelido carinhoso para a convivência? Então.. pode ser apenas a fase da lapidação para o atingimento da perfeição, com isso, faça dessa lapidação a mais perfeita, faça dessa  lapidação única para que a amizade, o namoro ou o casamento, fique edificado sobre a rocha, porque eu insisto em acreditar, que amor só é amor mesmo, quando você conhece todos os lados da pessoa, e ainda assim consegue ama-la.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dê uma chance ao amor - Jonas Brothers.

Você, é como dirigir em um domingo. Você, é como tirar folga na segunda. Você, você é como um sonho, um sonho que virou verdade.  Eu, era só um rosto que você nunca notou, agora, estou apenas tentando ser honesto, comigo, com você, com todo o mundo. Você poderia pensar, que eu sou um tolo por ter me apaixonado por você, então me diga o que posso fazer para provar à você que isso não é assim tão difícil.

Dê uma chance ao amor, mais uma vez  porque você sabe que eu estou do seu lado, dê uma chance ao amor, mais uma vez.

E seus olhos, quando eu os vi pela primeira vez, sabia que, vou te amar por muito tempo com um amor tão real, tão certo? E se desenrolou como num filme, agora todas as vezes essa batida pode me fazer mexer e eu não consigo tirar seu sorriso da minha cabeça.